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19 de maio de 2016

Cultura Fúngica

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Cultura Fúngica

ANTIFUNGIGRAMA: QUANDO SOLICITAR E COMO INTERPRETAR

O antifungigrama é recomendado para situações específicas quando o paciente portador de fungemia e/ou imunocomprometido não responde bem ao tratamento e existe a necessidade de se detectar o desenvolvimento de resistência ou avaliar uma alternativa terapêutica.

FUNGOS COMO AGENTES DE INFECÇÕES
A dermatofitose, que é uma infecção causada por fungos, também é conhecida como “tinha” ou “ringworm” devido à aparência da lesão de pele característica da doença: uma área circular de perda de pêlo com a borda externa alta e avermelhada. Estas lesões são resultados de uma reação inflamatória ao fungo. Entretanto, nem todos os animais infectados têm este tipo de lesão. Na verdade, como os sintomas da doença podem variar muito, a dermatofitose deveria ser considerada como uma possível causa de afecção dermatológica em todos os quadros de erupção de pele. Cães e gatos são infectados pelo fungo Microsporum canis, Microsporum gypseum e Trichophyton mentagrophytes com maior freqüência, mas outros tipos de fungo também podem causar a dermatofitose.
Os gatos, especialmente das raças de pêlos longos, apresentam uma forma de infecção mais generalizada que a dos cães. Estes animais podem ser portadores crônicos do fungo mesmo que não apresentem nenhum sinal da infecção. A dermatofitose pode ser transmitida para os seres humanos (zoonoses) sendo assim, os proprietários de animais infectados devem considerar a possibilidade de deixá-los de quarentena, até que a infecção seja curada. Devem ser tomadas precauções durante o tratamento dos animais, de modo a evitar contaminação humana e ambiental. Os animais entram em contato com os esporos infectados dos fungos, tanto em ambientes internos quanto externos. O solo contaminado é uma fonte comum da infecção, bem como outros animais infectados. Nem todos os animais que são expostos aos esporos do fungo, desenvolvem a infecção e, mesmo que esta ocorra, o cão ou gato podem não apresentar sinais clínicos da doença, sendo apenas um portador assintomático. De cerca de 100.000 espécies descritas de fungos, apenas 150 são reconhecidas como patógenos primários de seres humanos e animais, podendo causar desde lesões localizadas na pele, tecido subcutâneo ou mucosas, a doenças sistêmicas e potencialmente fatais.

FUNGOS OPORTUNISTAS
Fungos não reconhecidamente patogênicos que infectam pacientes imunocomprometidos são chamados oportunistas. O aumento no uso de terapêutica que deprime o sistema imunológico, uso freqüente e indiscriminado de antibacterianos de amplo espectro, instalação de sondas e cateteres, aumento de infecções imunossupressivas, são os principais fatores de risco para infecções oportunistas, em especial as infecções fúngicas crônicas. Infecções oportunistas causadas por espécies de Cândida têm aumentado substancialmente nos últimos 15 anos, tornando-se um problema cada vez maior em pacientes imunodeprimidos. Estas leveduras são usualmente confinadas a reservatórios humanos e animais e podem ser recuperadas do solo, alimentos e ambiente hospitalar. São habitantes normais do trato genital feminino e gastrointestinal. As espécies de fungos filamentosos oportunistas podem ser adquiridas de fontes exógenas, uma vez que esporos de fungos filamentosos estão extremamente disseminados no ambiente e podem ser encontrados como colonizantes do trato respiratório do hospedeiro, causando neste desde processos alérgicos até infecções sistêmicas ou disseminadas.

ANTIFUNGIGRAMA
Os testes de suscetibilidade aos antifúngicos foram derivados dos métodos de suscetibilidade aos antimicrobianos. Bauer e Kirby em 1956 estabeleceram a correlação da CIM (Concentração Inibitória Mínima) obtida por diluição em caldo, com os diâmetros de halo, dos testes de difusão com discos. Desde então, essa metodologia vem sendo atualizada e utilizada pela maioria dos laboratórios de microbiologia. Somente em 1982 o National Comittee for Clinical of Laboratory Standards (NCCLS, atualmente CLSI) organizou um subcomitê para padronização do teste de suscetibilidade a antifúngicos para leveduras, pelo método de micro diluição em caldo.

ENTÃO, QUANDO REALMENTE SOLICITAR O ANTIFUNGIGRAMA?
• Solicitar teste de suscetibilidade para microrganismos com possibilidade de desenvolvimento de resistência, realizando testes seriados;
• Quando houver necessidade de avaliação do desenvolvimento de resistência durante o tratamento;
• Para avaliação de novas alternativas terapêuticas;


• Para avaliação de microrganismos “novos” para os quais não se conheça o perfil de sensibilidade.